Desenvolvido pelo Lugar de Vida – Centro de Educação Terapêutica, o Projeto Escolas Protagonistas reúne escolas, por meio de seus educadores, professores, orientadores, psicólogos e demais profissionais, para discutir grandes linhas de ação para escolas inclusivas, partindo de princípios éticos e teóricos da psicanálise, como a noção do aluno-sujeito, e propondo a ampliação do conceito de educação para auxiliar o aprendizado de crianças com entraves estruturais em sua constituição psíquica. O objetivo é contribuir para que essas crianças possam usufruir melhor da vida escolar, ampliando as possibilidades de estar com os outros e de aprender no grupo-classe.
Com um calendário intenso de seminários, workshops e encontros técnicos, o projeto adota um processo de produção coletiva, no qual os participantes possam tecer suas experiências ao conhecimento a ser transmitido a outras escolas por meio de uma jornada aberta ao público. Cada edição do Projeto Escolas Protagonistas resulta na publicação de um livro, como forma de sistematizar o trabalho e de permitir a sua disseminação para outras escolas. O primeiro livro teve como título Práticas Inclusivas em Escolas Transformadoras: acolhendo o aluno-sujeito; e o segundo Práticas Inclusivas II: Desafios para o aprendizado do aluno-sujeito. O livro da terceira edição está em finalização.
A primeira versão do projeto ocorreu nos anos de 2015 e 2016. Em 2021 aconteceu a 4a edição do Projeto Escolas Protagonistas – Diálogos com o Lugar de Vida para a construção do trabalho inclusivo em 2021 (em tempos de pandemia), que foi inédita no sentido de abordar a intervenção remota, em razão da pandemia, concentrando o trabalho nos desafios em termos do processo de subjetivação e de aprendizado dos alunos em situação de inclusão. Entre o primeiro e o segundo semestre de 2021, foram 8 seminários, 8 encontros teóricos, 8 grupos de estudos de caso, 1 workshop, uma jornada de sistematização dos trabalhos e a produção de um livro.
Da 4a edição do Projeto Escolas Protagonistas participaram escolas como Acaia, Castanheiras, Ranieri, Creche Sta. Monica (RJ), Nossa Senhora das Graças (Gracinha), Lourenço Castanho, Oswald de Andrade, Prosaber (RJ), Rainha da Paz, Santa Cruz, St. Francis, St. Nicholas e Vera Cruz. A equipe do Lugar de Vida que trabalha no projeto é formada por Cristina Keiko, Juliana Davini, Cristina Kupfer, Maria Eugênia Pesaro, Maria da Paz Castro (Gunga), Mariana Trenche, Marina Lavrador e Leda M. F. Bernardino.
Com uma abordagem única no Brasil, o Lugar de Vida logo constatou, no início de sua atuação, o papel fundamental da escola no tratamento de crianças com entraves estruturais em sua constituição psíquica, em situação de inclusão. Em um trabalho constante de articulação entre escola e tratamento, o Lugar de Vida criou o conceito de Educação Terapêutica, conjunto de procedimentos terapêutico-educacionais que visam ao restabelecimento ou à construção da estruturação psíquica de crianças que enfrentam falhas em seu processo de subjetivação, como as crianças que estão dentro do espectro do autismo.
O Escolas Protagonistas traz evidências de conhecimento e de práticas consistentes que atestam os benefícios da inclusão, em contraposição a iniciativas que preconizam a criação de escolas especializadas, que acabam por segregar e discriminar os alunos em condição de inclusão. Para o Lugar de Vida, uma escola pode tornar-se protagonista da inclusão que realiza e construir suas próprias bases; uma escola pode transformar a prática inclusiva em uma oportunidade para ser protagonista de seu projeto inclusivo, transformando-se e tornando-se ao mesmo tempo agente de transformação social.
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